sexta-feira, 16 de maio de 2008

Esquisitices de alemão que custei a entender...

Depois de meu último post, fiquei pensando no grande número de esquisitices que andei ouvindo por aqui nesses quase 6 anos de Bremen. Será que sou só eu quem acha essas coisas meio bizarras?

1. Muito banho faz mal pra pele.
Teoria muito difundida por aqui. Ainda n
ão consegui entender porquê.

2. "frische Luft" - Vento fresco Ar fresco
Verdadeira obsess
ão aqui neste país. Tudo bem que no inverno as pessoas passam muito tempo dentro dos lugares, com aquecimento ligado. O ar na casa fica meio estranho, tem de se abrir as janelas com frequência pro ar dar uma circulada. Mas a forma como as pessoas falam de "vento ar  fresco" é estranha. Falam em sair pra pegar um pouco de vento fresco como um dependente químico falaria que vai sair pra ver se consegue um pouco de crack. Estranhão...

3. Comer na varanda ou jardim ou "schön im Garten oder im Balkon essen"
Se o tempo está bonito, alem
ão fica doido pra sair de casa. Isso eu até entendo. O tempo aqui no geral é uma porcaria o tempo todo, quando fica um pouquinho mais quente ou quando o sol brilha por 10 minutos que sejam, as pessoas querem aproveitar o máximo esse evento. Mas eles falam das refeições normais do dia- a -dia no jardim ou na varanda como se fossem mega eventos. Um pouco de exagero.

4. Quantas batatas você vai comer?
Uma
das perguntas mais estranhas que já ouvi em minha vida. Alguém é capaz de saber de antemão quantas batatas ele quer comer? Acho isso impossível de determinar, mas se você for convidado a almoçar na casa de algum alemão é melhor saber o que responder e que não vá querer comer mais ou menos quando a comida ficar pronta porque isso vai acabar estressando a (o) anfitriã(o). O que nos leva à próxima esquisitice...

5. Stress
N
ão quero me estressar escrevendo sobre isso. Ver postagem Doença alemã.

6. "Você é quem sabe" ou o famigerado "Du muss selber wissen"
Umas amigas brasileiras aqui em Bremen me fizeram prestar aten
ção nessa. Você está com alguma dúvida, dessas que você precisa dividir com uma amiga. Você acredita que encontrou uma pessoa cuja opinião você pode confiar, aí vai lá e lanca a pergunta: "estou com um problema, não sei se devo fazer isso ou aquilo, o que você acha?" Aí a pessoa que você acha que pode te ajudar a decidir, sai com o tal do "Du muss selber wissen...". Dá vontade de dizer "nao, realmente nao sei o que fazer. Se eu soubesse, nao estaria te perguntando!!!" Claro que você não espera que ninguém decida sua vida por você, mas ouvir os diversos pontos de vista dos amigos nos ajuda a chegar às nossa próprias decisões. Vamos lá minha gente, nao há nada demais em dizer o que vocês acham de um problema quando suas opinões são requisitadas.

Me interessei por essa lista. É uma forma de desabafar. Volto pra atualizá-la assim que me lembrar de outras esquisitices.


segunda-feira, 12 de maio de 2008

Doença alemã


Estou sofrendo de uma doença típica aqui do norte da Alemanha. É contagiosa. O único tratamento conhecido é repouso e como nunca fui chegada a repousar muito, acho que vai ficar sem cura mesmo. O nome da doença? “Freizeitstress” (stress do tempo livre).

Alemão superutiliza a palavra “stress”. A gente fica estressado de tanto ouvir essa palavra sendo repetida. Se eles tem mais de um compromisso no dia, o dia foi estressado, se alguém está agitado e querendo uma resposta rápida a pessoa está criando stress, se tem de estudar pra prova, está com stress, se chove, todo mundo anda com jeito de estressado e falam isso com uma cara que por si só já te estressa também.

Sinceramente, não entendo de onde vem tanto stress. Aqui a maioria se estuda, não trabalha, se trabalha, a semana termina sexta-feira às 14:00, muitos do que não trabalham recebem ajuda do governo e quase todos tem pelo menos um mês de férias no ano no qual eles viajam pra outros países. Venho de um país onde as pessoas trabalham de segunda a sábado (às vezes aos domingos), engolem o almoço em 15 minutos, vão pra faculdade à noite e que quando chega o fim de semana, vão à praia, vão ao show, dançam, tomam cerveja, acordam de ressaca, encontram amigos, fazem um faxinão na casa, almoçam com a família, lavam carro e muito mais. Nos intervalos desse dia a dia as pessoas ainda desviam de bala perdida, correm de ladrão, se escondem de guardador de carro, pegam fila em banco e tem de bolar planos criativos pra conseguir pagar as contas no final do mês. Só que lá ninguém fica falando de stress o tempo todo. Isso é a vida.

Acho muita cara-de-pau esse mal estar que alemão faz questão de dizer que tem. Frescuras tipo “Freizeitstress” (O estresse do tempo livre, quando você tem muitas opcões e não sabe qual delas escolher) ou “Sommermüdigkeit” (cansaço de verão). E como reclamam!! Reclamação é esporte nacional. Se chove, que tempo horrível, se faz calor, ai assim não dá. Não reclamam de falta de dinheiro porque isso é coisa que eles sempre tem, mas mesmo assim muitos acham estressante ter de decidir se esse ano viajam de novo pra Maiorca ou pra Tenerife. Afe! Quanto problema! Não falei que esse negócio é contagioso? Vou parar por aqui. Fiquei muito estressada.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Lost in Translation

Alemão tem umas palavras enormes. Algumas delas justificam o tamanho, significando uma infinidade de coisas diferentes ao passo que outras decepcionam depois que você descobre seus significados. Por exemplo, você lê a palavra “Streichholzschachtel” em algum lugar e pensa imediatamente que aí vem bomba. Prende a respiração em expectativa antes de ler sua definição no dicionário. Uma palavra dessas só pode ter um teor altamente filosófico. Chega a ser ridículo quando a pessoa acaba descobrindo que esse barulho todo era só por causa de uma reles “caixa de fósforo”.
 
A língua alemã parece ter uma palavra para cada coisa do universo. É como se dar nome as coisas, fosse uma questão de honra. Os substantivos são tão importantes que estão sempre se exibindo em maiúsculas ao longo dos textos. Por mais insignificante que algo possa parecer, por mais estranho que seja o sentimento, por mais imprecisa que seja a cor, o alemão dá um jeito de nomear. Foi assim que me deparei com a diferença entre “pink” e “rosa” e com o incompreensível sentimento de “Fernweh” que hoje em dia eu entendo como sendo uma vontade imensa que dá de sair por aí, conhecendo outras culturas, outras pessoas, outros mundos. Quando você não aguenta mais seu dia a dia e precisa viajar pra muito longe, deixar tudo pra trás, nem que seja por alguns meses, dias que sejam. É uma saudade ao contrário que pelo visto eu sempre tive, mas precisei chegar aqui pra saber exatamente como explicar.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Um novo perfil



Foto nova no perfil! Na era das câmeras digitais, todo mundo faz foto artística. É um tal de foto de olho e de pé que não acaba mais. Meus pés, que nunca tinham sido fotografados antes, já estavam meio enciumados. Portanto aqui estão eles. De meia porque além das unhas não estarem feitas estava meio frio. Dá pra perceber que eles estão sorrindo?

Ah! Notem também que eu aprendi a colocar os acentos do português com o computador alemão. De agora em diante qualquer erro de ortografia aqui é incompetência mesmo, nao dá mais pra culpar a tecnologia. Ela até que colabora...